Altos Papos

Suspeitos do assassinato da líder quilombola Mãe Bernadete vão a júri popular

Três homens acusados pelo Ministério Público pelo assassinato de Maria Bernadete Pacífico Moreira, a líder quilombola conhecida como Mãe Bernadete, vão a julgamento popular. A decisão foi tomada, nesta segunda-feira (22), pela 1ª Vara Crime de Simões Filho, acatando pedido do MP.

Arielson da Conceição Santos, Marílio dos Santos e Sérgio Ferreira de Jesus serão julgados por homicídio qualificado, cometido por motivo torpe, de modo cruel, sem possibilitar a defesa da vítima e para assegurar a execução.

Arielson também responderá por roubo. A Justiça manteve a prisão preventiva dos três, no entanto Marílio dos Santos segue foragido, mas por ter advogado constituído o caso seguiu para julgamento.

“A defesa está inconformada com essa decisão e vai recorrer perante o Tribunal de Justiça porque não existem elementos e provas que possam responsabilizar o meu cliente por esse ato que culminou com o assassinato de Mãe Bernadete”, declarou Fábio Menezes Ziliotti, advogado de Marílio dos Santos.

Dois outros acusados, Josevan Dionísio dos Santos e Ydney Carlos dos Santos de Jesus, estão foragidos, mas não tiveram advogado constituído. O processo foi desmembrado para permitir o julgamento dos outros três suspeitos.

De acordo com o MP, a sentença judicial destaca que, em “dezenas de oitivas de familiares e moradores da localidade Quilombo Pitanga dos Palmares”, foi “unânime o relato de que a vítima, fundadora e importante liderança da comunidade, era figura reconhecida pela luta referente ao assentamento, reconhecimento do quilombo e pelo combate à exploração ilegal de madeira e à prática de tráfico de drogas”.

As investigações apontam que os réus integram organização criminosa, cujo líder seria Marílio, conhecido como “Maquinista”, também integrante de outra facção com atuação em Salvador e Região Metropolitana.

Segundo o Ministério Público, as apurações chegaram a conclusão de que Mãe Bernadete foi executada porque se posicionou de maneira firme contra a expansão do tráfico de drogas na região e contra, especificamente, a construção da barraca ‘Point Pitanga City’, na barragem de Pitanga dos Palmares.

Ainda de acordo com o MP, além de funcionar como ponto de venda de drogas de Marílio e Ydney, a barraca foi construída de forma ilegal, uma vez que o local é área de preservação ambiental.

Por g1

Foto: Reprodução