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Na Bahia, a taxa de famílias com dívidas em atraso registra o maior patamar em 12 anos

A taxa de famílias com dívidas em atraso avançou e registrou 42,1% no mês de setembro, o maior patamar em 12 anos e a oitava alta seguida, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), divulgada nesta quarta-feira (28) pela Fecomércio-BA.

“São quase 400 mil famílias (393,1 mil) que estão com compromissos não pagos até a data do vencimento, o que nesse momento é muito delicado dado o aumento expressivo dos juros. Em um ano, houve aumento de 90 mil famílias nessa situação”, explicou o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze.

Segundo levantamento da Fecomércio, o endividamento também subiu no mês, de 64,8% em agosto para os atuais 65,1%. Atualmente, são 608,3 mil famílias na capital baiana que possuem algum compromisso via crédito. 

Já na inadimplência, houve queda na comparação anual, uma redução de 64 mil famílias que não possuem mais dívidas.

A pesquisa também mostrou que o percentual de famílias que já dizem que não terão condições de pagar a dívida em atraso, é de 14,6%, maior nível em 10 anos, significando em números absolutos 136,6 mil famílias, muito acima dos registrados no mesmo período de 2021 (80 mil). 

“A combinação de inflação e juros altos tem sido o principal fator do aumento da inadimplência. Embora o mercado de trabalho tenha reagido ao longo dos últimos meses, o salário médio não tem acompanhado o avanço da inflação”, informou o economista.

Em relação aos endividados totais, o dado indicou que o principal tipo de dívida é o cartão de crédito com 84,7%. “Vale o destaque que esse percentual, apesar de muito elevado, é o menor desde dezembro de 2017. Por outro lado, o crédito pessoal ficou com 10,6% dos endividados, o maior da série histórica para esse tipo de crédito”, mostrou a Fecomércio.

Com o cenário de recorde de inadimplência, segundo a PEIC, é mais comum haver a renegociação de dívidas, diretamente pelas empresas ou indiretamente através de instituições como o Serasa.

Os números de forma geral mostram que as famílias têm um longo caminho pela frente para controlar o orçamento doméstico. “Embora não gere ganhos imediatos ao varejo, o setor se beneficia num segundo momento com o maior poder de compra das famílias e de forma mais segura e consistente”, salienta o consultor econômico da Federação.

Por: Redação Bahia.Ba

Foto: Reprodução