Após a repercussão negativa da declaração polêmica dada por Rodolffo Matthaus ao comparar o cabelo do participante João Luiz a uma peruca de homem das cavernas, a produção do Big Brother Brasil interviu através de Tiago Leifert com uma “aula” para os confinados no programa e para o público que compactuou com a fala preconceituosa do sertanejo.
Em uma ação quase inédita, vista apenas em 2010, quando Pedro Bial entrou ao vivo para corrigir o participante Marcelo Dourado que havia afirmado que a Aids só era transmitida por gays, Tiago Leifert corrigiu de forma didática o intérprete de ‘Batom de Cereja’.
Em sua fala, de “homem branco para homem branco”, o apresentador afirmou que a atitude de Rodolffo foi ofensiva para João e outras pessoas negras dentro e fora da casa. Leifert usou como exemplo Babu Santana, participante da 20ª edição, que horas antes havia quebrado o protocolo do ‘Plantão BBB’ para falar sobre o assunto
“O cabelo black power de João não é um penteado, é mais que um penteado, é um símbolo de luta, de resistência. Foi o que os pretos americanos usaram como símbolo antirracista […] Precisamos nos informar. Bora ver filme, ver filme do Spike Lee, ‘Infiltrado na Klan’, filme maravilhoso. Bora ver vídeos no YouTube, pesquisar. Eles não querem mais ensinar, eles estão de saco cheio de ensinar”.
Apesar da bronca, Tiago Leifert foi criticado na internet por ter dito que não tinha visto maldade na declaração de Rodolffo.
“Eu não vejo maldade no que você fez e, ao mesmo tempo legitimo a dor do João. Porque tem milhares de meninos e meninas pretos e pretas que sentem a dor que o João sentiu. E a dor que o João sentiu não discerne entre um comentário ingênuo e um comentário maldoso […] O sem querer e o de propósito doem do mesmo jeito”.
A bronca de Tiago durou cerca de 11 minutos e repercutiu de forma positiva para o reality show, que estava sendo acusado de ser conivente com o racismo praticado dentro da casa não só na 21ª edição, como em edições passadas.
Já o cantor Rodolffo se tornou alvo de uma investigação da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) da Polícia Civil do Rio de Janeiro pela situação. Caso a polícia comprove o crime na declaração do cantor, ele poderá ser indiciado pelo Ministério Público, contudo, uma possível denúncia só será encaminhada pelo MP-RJ à Justiça caso João Luiz tenha consentido.