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Vacina contra dengue é eficaz mas capacidade de produção é insuficiente, explica fundador da Anvisa

O Ministério da Saúde anunciou nesta segunda-feira (15) que irá priorizar a faixa etária de 6 a 16 anos na aplicação da vacina contra a dengue no Brasil. O imunizante, já incorporado ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), é conhecido como Qdenga deve começar a ser oferecida gratuitamente em fevereiro. Segundo o médico sanitarista e fundador da Anvisa, Gonzalo Vecina Neto, a vacina é eficaz, mas a distribuição enfrentará desafios devido à capacidade de produção insuficiente da empresa Takeda, responsável pela vacina.

“A melhor proteção continua sendo não ter o mosquito, pois sem ele não existe a possibilidade de ser infectado, mas, devido à complexidade dos centros urbanos, não conseguimos controlar o mosquito. A saída é tomar a vacina. A vacina Qdenga da Takeda passou em todos os testes de segurança e eficácia, e por isso o Governo Federal decidiu comprá-la. O problema é que a fábrica não consegue produzir a quantidade suficiente para atender à população brasileira”, afirmou.

A previsão é de que 3 milhões de pessoas sejam vacinadas contra a dengue em 2024 no Brasil. O país terá acesso a até 6 milhões de imunizantes, que são aplicados em duas doses. De acordo com Vecina Neto, o recorte da população escolhido para receber a aplicação da vacina é baseado, principalmente, na indicação da Takeda de que esta faixa etária (6 até 16 anos) pode se beneficiar melhor dos efeitos de defesa da vacina.

“O recorte foi sugerido por duas razões. A primeira é que os estudos clínicos conduzidos pela Takeda indicam que essas duas faixas populacionais são as que melhor podem se beneficiar da defesa produzida pela vacina. A segunda razão é a preocupação do Ministério da Saúde em defender as populações mais frágeis. Precisamos entender que as pessoas muito novas e de idade avançada têm um sistema imunológico em condições menos adequadas do que uma pessoa mais jovem entre 15 e 50 anos. É uma combinação dos estudos clínicos da Takeda e a experiência do MS com a mortalidade provocada pela dengue”, explicou.

Foto: Divulgação