O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou nesta segunda-feira que o programa Voa Brasil, que vai permitir a compra de passagens aéreas por até R$ 200 cada trecho, não tem condições de atender a todos os brasileiros.
O programa, na primeira etapa, será limitado a aposentados que ganham até dois salários mínimos e estudantes do Programa Universidade para Todos (Prouni), que não tenham voado nos últimos 12 meses.
“Não teremos condições de um dia para noite ofertar passagens de R$ 200 (para todos)”, afirmou o ministro, a participar de um evento em São Paulo.
Ele disse que o Voa Brasil será lançado em março e vai ofertar cinco milhões de passagens em uma parceria entre governo federal e as empresas aéreas. O programa vai permitir a compra de bilhetes por até R$ 200 somente nos períodos de baixa temporada: entre o meses de março e junho e entre agosto e novembro.
O projeto idealizado pelo ex-ministro da pasta Márcio França tem como objetivo estimular o transporte aéreo e complementar a ocupação das aeronaves, atualmente em 80%. Assim, o programa se destina a ocupar assentos vazios.
Costa Filho afirmou ainda que aguarda uma definição do Tesouro Nacional sobre a destinação de um fundo garantidor, com aporte entre R$ 4 bilhões e R$ 6 bilhões, para permitir que as empresas possam tomar empréstimos com o BNDES.
Segundo ele, além de permitir o pagamento de dívidas, a linha de crédito poderá ser destinada a aquisição de cerca de 30 aeronaves, considerando Gol, Azul e Latam.
Ao ser questionado sobre os benefícios para o consumidor, o ministro respondeu que a chegada de novas aeronaves vai representar maior oferta de voos e destinos:
— Para o consumidor, melhora. São mais aeronaves no Brasil. Isso quer dizer mais voo operando no país, mais destinos.
Ele afirmou que a expectativa é que o mercado cresça entre 8% e 10% em 2024, na comparação com o ano passado, quando foram transportados 112 milhões de passageiros.
Costa Filho disse ainda que o governo federal está negociando com a concessionária de Congonhas a antecipação de investimentos de cerca de R$ 2 bilhões, ao longo da concessão.
“Há uma preocupação do governo em melhorar a estrutura de Congonhas , que é o coração do Brasil pelo seu volume permanente de voos– destacou o ministro, citando, como exemplo, intervenções em acesso ao aeroporto, pista, iluminação e banheiros”, disse o ministro.
Por O Globo
Foto: Edilson Dantas/O GLOBO