A Voepass Linhas Aéreas realizou 2,6 mil voos com aeronaves sem manutenção adequada após o acidente de 9 de agosto de 2024, na cidade de Vinhedo, em São Paulo, que causou a morte de 62 pessoas. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) revelou a informação em relatório que levou à cassação definitiva do Certificado de Operador Aéreo (COA) da empresa.
O relatório, elaborado pelo diretor da Anac, Luiz Ricardo Nascimento, aponta falhas sistêmicas nos processos operacionais da companhia. A empresa deixou de realizar 20 inspeções obrigatórias em sete aeronaves entre 15 de agosto de 2024 e 11 de março de 2025, totalizando 2.687 voos. As aeronaves estavam em condições consideradas não aeronavegáveis.
A análise técnica da Anac identificou uma grave deterioração nos processos internos da Voepass, com falhas recorrentes na fiscalização das manutenções. Como consequência, a empresa foi multada em R$ 570,4 mil.
Com a cassação do COA, a Voepass está proibida de operar voos regulares pelos próximos dois anos. A empresa, que já enfrentava dificuldades financeiras com dívidas superiores a R$ 400 milhões, vê a situação se agravar ainda mais.
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Por: Metro1