Sem citar nenhum nome específico, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, instou a Rússia a encerrar o conflito com a Ucrânia, que já dura mais de um mês. A declaração ocorreu durante o Congresso da Fifa, realizado em Doha, no Catar.
– Vivemos num mundo agressivo, um mundo dividido. Mas, como vocês sabe, eu sou um crente no poder do futebol de unir as pessoas e derrubar as barreiras – afirmou o presidente da entidade máxima do futebol.
Infantino discursou para uma plateia de cerca de 600 dirigentes das 211 associações nacionais de futebol – inclusive da Rússia e da Ucrânia.
Meu pedido a todos os que têm algum poder, alguma posição importante politicamente: por favor, parem os conflitos e as guerras. Por favor. “
— Gianni Infantino, presidente da Fifa
O presidente da Federação de Futebol da Ucrânia, Andriy Pavelko, não pôde comparecer ao Congresso da Fifa, por causa da guerra com a Rússia. Ele enviou um vídeo, no qual aparece no centro da capital Kiev vestindo um colete a prova de balas.
— Infelizmente não posso estar aí com vocês. Por mais de um mês estamos defendendo nosso país de uma invasão. Minha gratidão ao mundo do futebol e a quem recebeu nossos jogadores, especialmente os que escaparam da guerra. Aos que nos mandaram ajuda humanitária, ao Ceferin (presidente da Uefa), colegas da Fifa e países que ajudaram. Vamos lutar contra os agressores e vamos vencer. Não queremos ouvir mais bombas, mas sim o canto das torcida — declarou Pavelko.
Dias após a invasão da Ucrânia, a Fifa suspendeu a Rússia de todas as competições – o que, na prática, significou a eliminação da seleção russa da próxima Copa do Mundo, a ser disputada no Catar no fim deste ano. A Rússia estava classificada para a repescagem, na qual enfrentaria a Polônia.
— Nós tivemos que suspender a Rússia e os times russos das competições. Não é uma decisão fácil. Porque é punir pessoas que amam o futebol como todas as outras. Tivemos que tomar a decisão e agora temos que olhar para a frente e esperar que o conflito acabe. Trazer um pouco de paz — declarou o presidente da Fifa, na entrevista coletiva.
A suspensão, porém, foi apenas aos times e seleções russas. A Federação de Futebol da Rússia continua filiada à Fifa e pôde participar normalmente do Congresso. Integrantes da deleção russa afirmaram antes do início do Congresso que não iriam “se esconder”.
– A última Copa do Mundo que nós organizamos foi na Rússia, a última final foi em Moscou. Foi um grande Copa, por qualquer ângulo que se analise, esportivamente, culturalmente. Mas o futebol não resolveu os problemas da região. Não criou uma paz permanente. Nós esperamos que, em breve, quando esses conflitos terminem, o futebol possa ter um pequeno papel em retomar relações e estabelecer o diálogo. E nós estaremos no front trabalhando para isso — disse Infantino.
Por Ge | Globo