Altos Papos

Horário de verão é necessário e não houve motivo plausível para cancelamento, diz pesquisador

Em entrevista ao programa Altos Papos, nesta quarta-feira, 9, o pesquisador e professor do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (USP), Pedro Roberto Jacobi, afirmou que o retorno do horário de verão no Brasil é necessário, já que a medida possui resultados efetivos na economia de energia elétrica e evita sobrecarga no sistema de distribuição energética. 

“O que tem se pensar é que o horário de verão possibilita maior aproveitamento da luz natural, em relação à energia elétrica. Entre 18 e 21h, dependendo da região do país, já é uma grande vantagem promover esse tipo de iniciativa. Não houve justificativa plausível e adequada para cancelar o horário de verão, do ponto de vista tanto da vantagem ambiental, quanto no sentido da sustentabilidade”, disse. 

Em 2019, o presidente Jair Bolsonaro decretou o fim do horário de verão sob a justificativa de que o comportamento do brasileiro havia mudado e isso interferiu nos horários de maior consumo de energia elétrica. A discussão sobre um possível retorno da medida voltou quando o ator Bruno Gagliasso pediu ao vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), para incluir este assunto no plano de transição de governo. O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu, então, fazer uma enquete sobre o tema, com internautas, no twitter.  

Jacobi reconhece a insatisfação que parcela da população tem em relação à medida e aponta que é necessário que o governo informe aos brasileiros os benefícios do horário de verão para a sustentabilidade e consumo energético. 

“As pessoas vão reclamar, mas aos poucos vão se acostumar. O importante é que eles [os governantes] tenham uma boa comunicação com a população, para mostrar exatamente as vantagens. No início as pessoas podem ficar um pouco confusas, mas é muito claro, e isso fica cada vez mais óbvio, de que [o horário de verão] é necessário. As desvantagens são os diferentes horários no Brasil, as mudanças que interferem no ciclo agropecuário e também a necessidade das pessoas se acostumarem”, explica.