Altos Papos

CPI das cooperativas em Feira: “contratações serviam como moeda de troca no momento da eleição”, diz vereador Silvio Dias

Após livrar-se temporariamente da primeira CPI, que apurava a suposta distribuição de cestas básicas em sua campanha para prefeito no ano passado, o governo do atual gestor do município, Colbert Martins Filho, está prestes a enfrentar mais uma investigação. Na manhã desta quinta (17), o vice-presidente da Câmara Municipal de Feira de Santana, o vereador Silvio Dias (PT), entregou o pedido para a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, desta vez para averiguar irregularidades em cooperativas que prestavam ou ainda prestam serviços à prefeitura.

Em entrevista ao programa Altos Papos, da Princesa FM, o vereador Silvio Dias afirmou o grupo conseguiu a maioria dos votos necessários para a instauração da CPI e também fatos que podem concretizar as possíveis irregularidades. “Além das cooperativas, temos também algumas empresas que prestam serviço de mão de obra e que serão alvo desta investigação. Feira de Santana nos últimos anos optou por não realizar concursos públicos e sim contratações mediante terceirizações, ora por cooperativa, ora por empresas terceirizadas e ao longo do tempo se mostrou que estas contratações serviam como moeda de troca no momento da eleição, ou seja, as pessoas eram contratadas em razão de uma retribuição ou apoio durante uma eleição”, disse.

O vice-presidente da Casa também afirmou que não só a Câmara de Feira de Santana, mas, que outros órgãos competentes também já investigam a situação das contratações em Feira de Santana. “O próprio Ministério Público Estadual, o Ministério Público Federal, o Ministério Público do Trabalho, há muito já vêm denunciando essas irregularidades que causaram inclusive uma multa de R$ 73 milhões para que a prefeitura pague, então por todos estes elementos e dentro da conjuntura atual, que foi possível a instauração desta CPI. Temos 11 assinaturas e o fato concreto que é esta relação promíscua entre prefeitura e estas empresas que é praticamente a totalidade destes servidores que atuam no município”, contou o vereador.

Ele também disse que as últimas exonerações de cargos ligados a vereadores realizadas pelo governo municipal, deve-se à falta de apoio ao executivo em votações de projetos enviados à Casa da Cidadania, o que chamou de retaliação. “A prefeitura tem nos últimos dias exonerado cargos que são ligados a alguns vereadores sob o argumento de estar sendo transparente, de estar indo pelo lado da lisura, mas o que nós sabemos é que na verdade é que estas demissões devem-se exclusivamente a uma retaliação por parte da prefeitura por alguns vereadores terem tomado a posição de votarem contrários a projetos que foram encaminhados pelo executivo, e a prefeitura então reage exonerando essas indicações, mas, não será utilizado o critério de concurso público para cobrir estas exonerações, na verdade o que veremos é apenas a troca de indicações, se antes era indicado por um vereador, agora será indicado por outro, continua o modelo de indicação política que serve para manter este sistema de manutenção do poder através da indicação de empregos públicos, o que é uma vergonha para o nosso município”, concluiu.