Altos Papos

Pacientes com fibromialgia serão considerados PCDs a partir de 2026; síndrome pode ser causada por estresse crônico

A partir de janeiro de 2026, pacientes diagnosticados com fibromialgia passarão a ser reconhecidos como pessoas com deficiência. A síndrome, caracterizada por dores crônicas em diferentes partes do corpo, pode se manifestar com variados graus de intensidade. Ao Altos Papos, o presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia, José Eduardo Martinez, destacou que a fibromialgia pode, em alguns casos, incapacitar o paciente por estar associada a outras doenças.

“Temos pacientes que, além da fibromialgia, apresentam outros problemas, como depressão, ansiedade e até doenças reumáticas. Parte desses pacientes, principalmente os que enfrentam essas comorbidades, encontra mais dificuldade para trabalhar, ao menos temporariamente”, afirmou.

De acordo com os dados mais recentes da Sociedade Brasileira de Estudos para a Dor (SBED), cerca de 3% da população brasileira sofre com a fibromialgia, uma síndrome que, conforme relatado por Martinez, pode ser desencadeada pelo estresse crônico.

“Acredito que o estresse crônico esteja por trás desse desequilíbrio. São pacientes que passaram por uma série de situações estressantes ao longo da vida, às vezes desde a infância, ou que têm uma personalidade que interpreta situações do dia a dia como ameaçadoras, ativando constantemente os mecanismos biológicos de estresse”, explicou.

A fibromialgia não tem cura, mas pode ser controlada com o tratamento adequado. “O principal tratamento é o exercício físico. Tenho pacientes que conseguiram controlar o estresse e mantêm uma rotina regular de atividade física, por mais difícil que seja no início. Eles conseguem conviver bem com a fibromialgia ao longo do tempo. Então, falamos em remissão: a doença continua presente, mas está inativa, sem sintomas”, concluiu.