O Brasil está prestes a lançar sua primeira vacina totalmente nacional contra a covid-19. Desenvolvida pelo Centro de Tecnologia de Vacinas (CT-Vacinas) da UFMG, em parceria com a Funed, a SpiN-TEC acaba de concluir com sucesso os testes de segurança, com resultados publicados em artigo científico. O imunizante se mostrou seguro e imunogênico, inclusive com menos efeitos colaterais do que a vacina da Pfizer, e agora aguarda autorização da Anvisa para iniciar a fase 3 dos estudos clínicos, com 5,3 mil voluntários. A expectativa é que esteja disponível para a população até o início de 2027.
A vacina utiliza uma tecnologia inovadora baseada na imunidade celular, o que permite ao sistema imunológico eliminar apenas as células infectadas, aumentando a eficácia contra variantes do vírus. Os ensaios clínicos foram financiados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que investiu R$ 140 milhões através da RedeVírus, apoiando todas as etapas, dos testes pré-clínicos às fases clínicas 1 e 2, com 356 voluntários ao todo. A fase 3 será realizada em todas as regiões do país.
Segundo o coordenador do CT-Vacinas, Ricardo Gazzinelli, a SpiN-TEC representa um marco para a ciência nacional, sendo a primeira vacina idealizada e desenvolvida no Brasil a chegar aos ensaios clínicos. Ele destaca que o projeto amplia a expertise nacional em inovação tecnológica e fortalece a autonomia científica do país. O CT-Vacinas também trabalha no desenvolvimento de imunizantes contra outras doenças, como malária, leishmaniose, chagas e monkeypox, consolidando o Brasil como um polo emergente em biotecnologia.
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Por: Metro1