Altos Papos

Cigarro e vape juntos podem aumentar em 80 vezes o risco de câncer de pulmão, alerta especialista

A campanha Agosto Branco tem como objetivo conscientizar a população sobre o câncer de pulmão, terceiro tipo de câncer mais comum entre homens e o quarto em mulheres no Brasil, segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Em cerca de 85% dos casos, o problema está diretamente ligado ao tabagismo. O alerta vale para fumantes de qualquer formato de cigarro, seja o industrializado, de palha ou eletrônico.

Segundo o pneumologista Paulo Corrêa, fumar representa risco elevado para o desenvolvimento da doença. “O cigarro pode ser entendido como um coquetel químico com mais de 7 mil substâncias. No caso específico do câncer de pulmão, algumas delas isoladamente são menos nocivas, mas, quando combinadas, potencializam os danos. Não existe cigarro inofensivo, nem ‘cigarro bonzinho’, todos carregam risco, especialmente de câncer”, afirmou em entrevista ao programa Altos Papos.

O especialista ressalta ainda que a combinação do cigarro tradicional com dispositivos eletrônicos, como o vape, potencializa os riscos. “O cigarro sozinho já eleva em 20 vezes a probabilidade de desenvolver câncer de pulmão. Quando associado ao vape, esse número pode chegar a 80 vezes, em comparação a quem não fuma”, alerta.

Membro da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (ABEAD), Corrêa lembra que o câncer de pulmão é uma doença silenciosa, cujos sintomas costumam aparecer apenas em estágios avançados. Entre os sinais de alerta estão “cansaço, dificuldade para subir ladeiras ou caminhar mais rápido, tosse persistente, alteração no catarro, presença de sangue, rouquidão, perda de peso e febre. Se houver diagnóstico de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), as chances de desenvolver câncer aumentam ainda mais”, explica Corrêa.