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Doria desiste de deixar governo de SP para disputar candidatura presidencial

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) vai desistir de deixar o cargo para disputar a Presidência da República, segundo pessoas do entorno do tucano. Segundo o colunista Lauro Jardim, a decisão foi comunicada hoje pela manhã aos auxiliares mais próximos.

Ao GLOBO, pessoas do entorno do governador disseram que é real a possibilidade de Doria permanecer no cargo e, portanto, desistir da candidatura à Presidência. O vice-governador, Rodrigo Garcia (PSDB), foi informado sobre a possibilidade de Doria permanecer no comando do governo de São Paulo, o que o deixou bastante contrariado. Para aliados, Garcia já informou que vai deixar Secretaria de Governo, cargo que acumulava junto com a cadeira de vice. De acordo com a colunista Bela Megale, Garcia também estuda sair do PSDB e se filiar ao União Brasil.

Caso a desistência de Doria se concretize, a decisão coloca em xeque a viabilidade da candidatura de Garcia ao Palácio dos Bandeirantes, visto que assumir o governo é peça fundamental da estratégia da candidatura do vice. O revés também significaria o descumprimento de um acordo político feito entre os dois políticos.

A renúncia do governador estava prevista para acontecer nesta quinta-feira em encontro com prefeitos após o leilão de concessão dos parques Água Branca, Villa-Lobos e Cândido Portinari. Nesta manhã, porém, Doria cancelou as agendas da manhã e manteve apenas o encontro com prefeitos.

Ainda segundo essa liderança, a manhã desta quinta-feira é de intensa troca de mensagens, ligações e reuniões entre tucanos e aliados em São Paulo, que estão confusos e tentam entender o novo cenário.

Madrugada intensa

Membros do União Brasil que ainda se mantinham como entusiastas da candidatura de Doria dentro do partido passaram a madrugada em reuniões e tratativas para tentar reverter ao menos a desistência de Doria de renunciar ao governo paulista. Uma liderança do partido em São Paulo próxima a Rodrigo Garcia afirma que o vice-governador não está confortável em não assumir o governo do Estado.

Por OGlobo