O Superintendente de Proteção e Defesa Civil da Bahia (SUDEC), Heber Santana, avaliou que diversos fatores como falta de estrutura das cidades e hábitos da população, frente às mudanças climáticas, contribuem para que desastres naturais causados pelas chuvas aconteçam. Ao Altos Papos, o dirigente defendeu a modificação da legislação que estabelece a Política de Proteção e Defesa Civil no país.
“Nós tratamos o Brasil como se fosse um país em que essas questões naturais não fossem um problema. A gente agradece por não ter vulcão, terremoto, não ter muitas chuvas, só que o que tem ocorrido no mundo, e as mudanças climáticas que estão acontecendo, tem causado situações como essa, em tempos e intervalos menores. Aquela chuva forte, que acontecia a cada dez anos, agora é duas vezes ao ano. Precisamos estar preparados para isso”, alertou.
Segundo informações atualizadas pela SUDEC na tarde desta quarta-feira, 26, na Bahia, 74 pessoas estão desabrigadas, 9.261 desalojadas e 9.348 outras afetadas em decorrência dos efeitos diretos do desastre causado pelas chuvas que atingem a Bahia desde a última sexta-feira, 21, em 26 municípios. Santa Cruz Cabrália, Ilhéus, Belmonte, Itapebi e Porto Seguro decretaram Situação de Emergência.
Em Belmonte, por exemplo, um dos municípios mais afetados pela chuva, a falta de estrutura da cidade e a quantidade de lixo nos bueiros dificultam o trabalho das equipes da Defesa Civil.
“Estou em Belmonte, e as possibilidades de escoar água são muitas vezes impedidas pelo acúmulo de lixo. Então observe que existe uma questão estrutural de obras, mas existe também um entendimento, cooperação e percepção da população na responsabilidade de cada um para evitar que problemas maiores aconteçam. É uma questão de longo prazo, e precisamos começar isso o mais rápido possível. As pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social acabam sendo jogadas para essas áreas”, explicou.