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Polícia Federal abre inquérito para investigar causas de apagão

A Polícia Federal abriu nesta terça-feira, 22, um inquérito para apurar as causas que levaram ao apagão em 25 estados e no Distrito Federal, registrado no último dia 15.

Em nota divulgada à imprensa, a PF afirmou que a apuração corre em sigilo e “apura os crimes de sabotagem e atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública”.

A abertura do inquérito havia sido requisitada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ainda no dia do apagão. Em entrevista à imprensa, Silveira afirmou ter enviado ofícios à PF e à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para apurar “eventuais dolos” no incidente.

“Por se tratar de um setor altamente sensível, além de determinar as apurações devidas e internas pelo ONS [Operador Nacional do Sistema Elétrico], Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica] e nossas vinculadas, estou oficiando ao Ministério da Justiça, para que seja encaminhada à Polícia Federal um pedido de instauração de inquérito policial para que apure com detalhes o que poderia ter ocorrido, além de diagnosticar apenas onde ocorreu”, disse.

“Vamos encaminhar tanto à PF quanto para a Abin a instauração de procedimentos para apurar eventuais dolos nesse ocorrido de hoje”, acrescentou.

Falha no Ceará

Análise preliminar do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) divulgada na última quinta-feira, 17, apontou que o desligamento de uma linha de transmissão da Chesf, subsidiária da Eletrobras, no Ceará desencadeou o apagão em todo o país.

A linha é a Quixadá-Forteleza II. Segundo o ONS, houve uma “atuação incorreta” do sistema de proteção, que desligou a linha sem que tenha havido curto-circuito no sistema elétrico.

De acordo com a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), cerca de 29 milhões de unidades consumidoras, como residências, comércios, escolas e hospitais foram afetadas pelo apagão. Somente o estado de Roraima não foi afetado.

O operador afirmou, no entanto, que somente o evento no Ceará não poderia levar à interrupção do fornecimento de energia em todo país.

“Isoladamente, um evento dessa natureza não é suficiente para ocasionar a perturbação observada”, disse.

O ONS deve concluir relatório detalhado sobre a ocorrência de terça-feira, chamado de Relatório de Análise de Perturbação (RAP) em até 45 dias úteis. O prazo, segundo a assessoria do órgão, começou a contar na quarta-feira, 16.

Por G1

Foto: Maksuel Martins/Fotoarena/Estadão Conteúdo/CNN Brasil