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Proporção de jovens que estudavam na Bahia cai pelo 3º ano seguido, aponta IBGE

A proporção de jovens entre 18 e 24 anos que estudavam entre 2022 e 2023 caiu de 30,4% para 29,9%, o que representou menos 34 mil estudantes de um ano para o outro. A informação foi divulgada nesta sexta-feira, 22, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo informações do IBGE, a proporção de jovens estudando na Bahia caiu pelo terceiro ano seguido e chegou ao menor número absoluto (455 mil) desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) para esse indicador, em 2016.

Veja mais números divulgados sobre a escolarização na Bahia:

  • Em 2023, a proporção de pessoas que frequentavam creche, escola ou universidade, independentemente da idade (taxa de escolarização), seguiu em queda comparado ao ano anterior, passando de 27,9% para 27,5%.
  • Houve aumento na taxa de escolarização das crianças de 0 a 3 anos, que passaram a ter frequência à creche ou pré-escola de 30,6% para 34,7%. Um aumento de 15 mil estudantes no período.
  • Entre 2022 e 2023, apesar da queda na taxa de escolarização de jovens entre 18 e 24 anos, houve aumento na proporção de pessoas dessa faixa etária cursando o Ensino Superior, que passou de 15,0% para 17,1%. Ainda assim, este seguiu como o menor percentual do país.
  • Se 29,9% dos jovens baianos de 18 a 24 anos estudavam, pouco mais da metade desse contingente (17,1% do total) estava no Ensino Superior (cerca de 260 mil pessoas), o que significa dizer que 42,8% dos jovens de 18 a 24 anos que estudavam estavam atrasados, isto é em etapas anteriores do ciclo escolar (cerca de 195 mil pessoas).
  • Em 2023, a proporção de pessoas com Ensino Superior também seguiu maior entre as mulheres (13,9%) do que entre os homens (9,7%) e entre as pessoas de cor branca (18,9%) do que entre as de cor preta ou parda (10,3%).
Fonte: IBGE


No Brasil, a taxa de escolarização também variou negativamente entre 2022 (27,2%) e 2023 (27,1%), mas em uma intensidade menor do que na Bahia.

No ano passado, no país, frequentavam a escola 38,7% das crianças de 0 a 3 anos; 92,9% na faixa de 4 a 5 anos; 99,4% das pessoas de 6 a 14 anos; 91,9% dos adolescentes de 15 a 17 anos; 30,5% dos jovens de 18 a 24 anos e 5,0% dos adultos de 25 anos ou mais.

O Plano Nacional de Educação (PNE), foi instituído pela lei no 13.005, em 2014, com o objetivo de estabelecer metas, estratégias e diretrizes para a política educacional brasileira e promover avanços educacionais no país.

Ele estabelece como metas:

  • mínimo 50% das crianças de 0 a 3 anos frequentem creche até 2024;
  • desde 2016 deveria ter sido atingida a universalização do ensino para as pessoas nas faixas de 4 a 5; 6 a 14; e 15 a 17 anos de idade.

Desigualdades da frequência à universidade

Na Bahia, as desigualdades da frequência à universidade pelas pessoas de 18 a 24 anos são maiores por sexo do que por cor ou raça.

Entre as mulheres nessa idade, 22,3% estão na universidade, comparado a 11,8% dos homens. Já entre as pessoas de 18 a 24 anos que se declaram brancas (independentemente do sexo de nascimento), a proporção de estudantes universitários é 23,5%, frente a 15,9% entre quem se declara preto ou pardo.

Nível de instrução das pessoas

Um dos reflexos do atraso e eventual abandono escolar precoce na Bahia se percebe no nível de instrução das pessoas de 25 anos ou mais de idade (até que etapa do ensino formal a pessoa cursou).

Em 2023, a proporção de adultos com Ensino Superior completo se manteve estável no estado, em 11,9%, e foi superada pela do Maranhão (que subiu de 11,4% para 12,2%), tornando-se a menor do país.

53,2% dos adultos não concluíram Ensino Básico

Além de apresentar o menor percentual de pessoas de 25 anos ou mais de idade com Ensino Superior completo do país (11,9%), a Bahia tinha, em 2023, mais da metade dessa população adulta sem concluir nem o Ensino Básico obrigatório por lei, que engloba os níveis Fundamental e Médio.

Essa era a realidade de 53,2% dos adultos no estado (5,172 milhões em números absolutos). O percentual, embora tenha se reduzido frente a 2022 (quando era de 54,3%), era o 8º maior entre as 27 unidades da Federação e estava acima do registrado no Brasil (45,6%).

  • Após sucessivos avanços desde 2016, a média de anos de estudo das pessoas de 25 anos ou mais de idade, na Bahia, ficou estável entre 2022 e 2023, em 8,6.
  • Com isso, era, no ano passado, a 5ª mais baixa dentre os estados e não chegava a representar o Ensino Fundamental completo – o que significaria ter 9 anos de estudo.
  • No estado, as pessoas declaradas brancas tinham uma média de anos de estudo maior (9,1) do que as pretas ou pardas (8,5).
  • As mulheres também tinham vantagem em relação aos homens com 9,0 anos de estudo, frente a 8,3 deles, em 2023.

N° de analfabetos e taxa de analfabetismo mantêm queda

Em 2023, o número de pessoas analfabetas teve uma leve queda na Bahia, reduzindo pelo segundo ano seguido, e a taxa de analfabetismo no estado também oscilou negativamente. Com isso, ambos os indicadores chegaram aos seus menores patamares nos sete anos da PNAD Contínua Educação.

No ano passado, na Bahia, 1,211 milhão de pessoas de 15 anos ou mais de idade não sabiam ler nem escrever um bilhete simples. Comparado a 2022, quando eram 1,214 milhão, houve uma oscilação negativa de 0,2%, o que representou menos 3 mil pessoas analfabetas, no período.

  • A Bahia manteve o maior número de pessoas de 15 anos ou mais de idade que não sabem ler nem escrever, posto que ocupa ao longo de toda a série histórica da pesquisa.
  • A taxa de analfabetismo na Bahia ficou em 10,2%, em 2023, frente a 10,3% em 2022. Ainda assim, era a 8ª mais elevada do país (piorando uma posição frente ao 9º lugar de 2019, ultrapassada por Pernambuco), em um ranking liderado por Alagoas (14,2%), Piauí (13,3%) e Paraíba (13,2%).
  • Apesar de a taxa de analfabetismo baiana (10,2%) ter sido a menor da série histórica para o estado, em 2023 ainda equivalia a cerca de cinco vezes as verificadas nas unidades da Federação com menores percentuais de população sem saber ler nem escrever: Distrito Federal (1,7%), Santa Catarina (2,0%) e Rio de Janeiro (2,0%).

Por G1 Bahia

Foto: divulgação