Diante da decisão do prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo (União Brasil), em não priorizar, neste momento, pagar cachês atrasados de artistas locais que se apresentaram na Micareta 2024, o vereador Galeguinho (UB) defendeu, no Altos Papos desta segunda-feira, 24, que o atual gestor tem, sim, a obrigação de quitar o débito passado, já que, segundo ele, o município dispõe de recursos em caixa.
“Por mais que eu seja aliado do prefeito, tem coisa que a gente não pode se calar. Só mudou o prefeito, mas o governo continuou o mesmo. Colbert [Filho] ou Ronaldo, enfim, todos praticamente estão dentro de um mesmo circuito. Lógico que não vou jogar a culpa 100% no prefeito José Ronaldo, porque a culpa é da gestão passada. Mas, como gestor e assumindo a prefeitura, ele tem, sim, que ter a sensibilidade e se colocar no lugar desses artistas. Feira é uma cidade que lucrou mais de 30% do que seu próprio orçamento, então dinheiro não está faltando”, afirmou.
REPRESÁLIA
Galeguinho, que também é cantor na cidade há mais de 20 anos, empresário e autor de um projeto de lei em tramitação na Câmara de Feira que prevê que artistas locais recebam 50% do valor do cachê antes de eventos festivos promovidos pela prefeitura, ainda, demonstrou preocupação com a possibilidade de represália a estes profissionais, como admitiu ter ocorrido com ele na gestão do ex-secretário de Cultura de Feira, Edson Borges.
“Sem artistas locais, a Micareta não vai acontecer, não vai ter o destaque. Infelizmente, poucos tem a coragem com medo de represália, de não serem mais convidados para a festa. Eu mesmo já passei por isso quando me manifestei nas minhas redes sociais e sofri represália do então secretário Edson Borges, ficando sem tocar na Micareta por questões políticas. É certo que quem se manifestar contra o posicionamento que está impondo hoje o município, vai sofrer as consequências lá na frente. Eu estou falando por mim, como já aconteceu”, alertou.
O Altos Papos entrou em contato com a assessoria do atual secretário municipal de Cultura, Esporte e Lazer, Cristiano Lôbo, que não se pronunciará sobre o assunto. Já o ex-secretário Edson Borges preferiu também não responder sobre as afirmações de Galeguinho.
Texto produzido pelo estagiário de jornalismo Rafael Carvalho sob supervisão do jornalista Taiuri Reis
Foto: ASCOM CMFS/BA