Em entrevista ao programa Altos Papos, nesta quinta-feira, 15, o empresário, investidor e CEO do Grupo SWA Leandro Scalabrin explicou que um dos principais desafios que o mercado enfrenta atualmente é conseguir reter os talentos nas organizações. Nesse sentido, o salário pago aos profissionais permanece como um apecto importante para a permanência do trabalhador nas empresas. No entanto, Scalabrin afirma que a remuneração é estabelecida a partir do reconhecimento da capacidade do profissional e não pelo tempo de trabalho. Por isso, estratégias para oferecer melhor experiência profissional ao trabalhador precisam ser priorizadas.
“A dinâmica salarial hoje não tem nada a ver com a experiência, e sim com a entrega, o quanto você é estratégico e produtivo. E não tem nada a ver com o tempo que você está na empresa, mas com aquilo que você faz no dia a dia. O quanto você está em movimento, acompanhando o mercado, a evolução da empresa, os resultados e o quanto você colabora com eles. O setor de tecnologia foi bem penalizado pela escassez de mão de obra, o valor se dá pela raridade. No supermercado a regra é a mesma. Quanto mais raro for o profissional naquela especialidade, mais alto será o valor agregado. Isso é uma briga constante no mercado”, explica.
A pandemia de Covid-19 e o novo formato de trabalho trouxeram diversos reveses para as empresas de todos os portes e segmentos, mas um dos maiores deles foi, sem dúvida, oferecer uma boa experiência ao colaborador, tanto nas jornadas presenciais, quanto remota e híbrida. Prova disso é a nova edição do Guia Salarial 2023, da Robert Half, que traz as perspectivas para o mercado de trabalho brasileiro de 2023, e que garante que, agora, a “bola da vez” está com o profissional, e não mais com o empresário.
Nesse cenário, há quem já esteja apostando em novas táticas para conquistar e reter talentos, como a SWA Sistemas, empresa de tecnologia focada em produtos que profissionalizam a gestão acadêmica das instituições de ensino, e que hoje é considerada um dos principais grupos desenvolvedores de softwares educacionais do Brasil. Por lá, mesmo em um ambiente em que a tecnologia avança a cada dia, é o “capital humano” que faz toda a diferença quando o assunto é crescimento e evolução.
Segundo Scalabrin, o crescimento da empresa foi potencializado por um processo de semeadura chamado onbording, uma espécie de integração dos novos membros durante a fase de experiência. Na prática, o RH da empresa se aproveita do engajamento e motivação natural dos candidatos, ofertando a eles a possibilidade de se capacitar na função e checar se é aquilo que realmente almejam para suas vidas. Ademais, durante o período de experiência, independentemente da vaga a qual pessoa concorre, é concedida uma bolsa de estudos de um projeto de capacitação pessoal e profissional, cuja duração é de três meses, em média.
Antes dessa socialização organizacional, a empresa tinha em seu quadro 45 colaboradores. Após a adoção do onboarding, o crescimento foi de 15% em termos número de clientes, o que demandou mais admissões.