Altos Papos

Sinais de relacionamento abusivo são mais evidentes para quem está de fora, explica psicóloga

Em bate-papo no programa Altos Papos, nesta segunda-feira, 23, a psicóloga Áquila Thalita, afirmou que relacionamentos tóxicos e abusivos são mais difíceis de serem percebidos por quem está vivendo a relação e destacou a importância da ação de amigos e familiares para desfazer a visão romantizada que se constrói sobre violências físicas e psicológicas. 

“Quem está dentro da relação está envolvido pelo discurso, pelo enamoramento, pela satisfação, por mais difícil que seja incluir essa palavra nessa dinâmica. Não tem como a gente pensar que uma pessoa esteja numa relação de tanto desprazer e que ela permaneça ali. A intervenção de outras pessoas que estão no entorno, para alertar e conscientizar, é muito importante para tentar desfazer essa visão romantizada que foi criada pela sociedade e que coloca, sobretudo a mulher, num lugar de submissão”, explicou.  

A discussão sobre relacionamento tóxico ou abusivo repercutiu nas redes sociais neste domingo, 22, após o apresentador do ‘Big Brother Brasil’, Tadeu Schmidt, comentar um caso que ocorreu entre dois participantes do reality. 

“Extremamente necessário o posicionamento do apresentador do programa, porque infelizmente muita gente romantiza o relacionamento abusivo. O relacionamento abusivo e tóxico são tipos de relacionamento que há um amor ou uma relação devastadora a tal ponto, de uma angústia mortífera, que faz a pessoa sustentar uma relação que permita a violação de direitos, que nem muitas vezes é pela via da violência física, mas principalmente psicológica e emocional”, disse. 

Áquila explica que atitudes excessivas geralmente demonstram que o relacionamento não é saudável. “Se demonstra através do comportamento de ambos, que podem soar repetitivos e paranoicos. Como ciúmes excessivo, implicações, manias obsessivas, perseguição. Coisas que fogem um pouco desse senso comum entre pares. Cada casal se regula de uma forma, mas há um parâmetro para que a gente também regule o que é saudável”, revelou. 

Segundo Áquila, as consequências de quem vive um relacionamento abusivo ou tóxico podem ser irreversíveis. “O engano é achar que só a violência física deixa marcas, a psicológica e emocional podem causar muitos danos à saúde mental. Para exemplificar, não é como um dano moral que se pague na justiça, e que seja revertido em dinheiro por todo o prejuízo causado. A busca pela ajuda é essencial. Mas é preciso que a pessoa que está vivendo isso sinta desejo de não mais viver daquela forma”, afirmou.