Com 26 anos de história apenas no Harmonia do Samba, o cantor Xanddy lembrará, assim como boa parte da população baiana, do mês de fevereiro como o tempo em que os trios elétricos foram substituídos por lives nas redes sociais. Os efeitos da pandemia da Covid-19 fizeram com que os artistas buscassem formas de entreter seu público e, no caso do baiano, uma live conjunta com os amigos Léo Santana e Tony Salles (Parangolé) foi a solução encontrada. Mas, nem por isso, a saudade não se fez presente nos dias que seriam reservados para a tradicional folia. “Não ter isso foi algo bem esquisito. Desde quinta-feira – aqui começa antes, né? – ficou um vazio, uma coisa melancólica. Confesso que até parei de olhar as redes sociais [para não ver as lembranças]”, disse em entrevista ao Bahia Notícias.
Apesar dos tempos atípicos, ele, ao menos, vibrou com a conquista de música do Carnaval com a faixa “tá solteira mas não tá sozinho” em parceria com Ivete Sangalo. “Foi uma conquista inusitada para mim em um Carnaval que não teve Carnaval. A música é incrível, maravilhosa. Não tinha dúvida que seria o grande destaque, independente de ganhar ou não. O prêmio veio só para coroar tudo que já estava acontecendo”, admitiu.
Por fim, o cantor voltou a chamar a atenção para a necessidade de medidas que priorizem o setor do entretenimento, parado desde o início da pandemia. “Enquanto pessoa física já ajudei tudo que pude a todos de minha equipe e até outros de fora, a empresa – enquanto pessoa jurídica – também fez muito dentro do possível. Penso que, principalmente aqui na Bahia, os músicos são molas propulsoras para muitas coisas, somos a cidade da música e reconhecida pela Unesco. Então, não ter um olhar cuidadoso para esta classe; um amparo financeiro mesmo, uma coisa organizada, é muito difícil de digerir. Para mim fica um ar de abandono. Sei que vários outros setores estão sofrendo, mas eu posso falar pelo meu”, reforçou.