O PSB desfiliou nesta quarta-feira o vereador paulistano Camilo Cristófaro, que proferiu uma fala racista durante sessão da Câmara Municipal de São Paulo ontem.
Deputados federais do partido ingressaram nesta terça-feira com uma representação na Comissão de Ética da legenda na qual pediam a expulsão do parlamentar. Líder da bancada do partido na Casa, ele não percebeu o microfone ligado e disse: “Eles arrumaram e não lavaram a calçada. É coisa de preto, né?”.
Na sequência, o presidente da Câmara, Adilson Amadeu (União Brasil), pediu para que o áudio do vereador fosse desligado. Outros colegas presentes na sessão reagiram e repudiaram a declaração.
URGENTE: Nessa manhã, durante a reunião da CPI dos Aplicativos o Vereador Camilo Cristófaro foi flagrado dizendo “Não lavaram a calçada, é coisa de preto né?” Ainda hoje tomaremos as ações necessárias para a devida punição do vereador e exigimos uma postura condizente da CMSP. pic.twitter.com/domrwTD24Z
— Mandata Quilombo Periférico (@quilomboperifa) May 3, 2022
Na representação, os parlamentares do PSB afirmaram que, além de criminosa, a conduta de Cristófaro afronta o programa da legenda, seu estatuto e o código de ética da sigla. O documento é assinado pelos deputados federais Marcelo Freixo (RJ), Danilo Cabral (PE) e Milton Coelho (PE).
“Trata-se de comportamento incompatível com o decoro e a ética partidária exigida como conduta para qualquer militante, e, sobretudo, àqueles que ocupam funções públicas representando a legenda”, escreveram os parlamentares.
Os deputados solicitaram que fossem tomadas as providências cabíveis para apurar o caso. Internamente, o Conselho de Ética da sigla abre uma investigação para definir se pune ou não o filiado. A expulsão, defendida pelos deputados, é a sanção máxima.
Cristófaro justificou em reunião do Colégio de Líderes da Câmara que conversava com um amigo negro, com quem tem intimidade. O vereador participava da sessão da CPi dos Aplicativos de forma remota, quando proferiu a fala de cunho racista.
O presidente da Câmara de São Paulo, vereador Milton Leite, disse em nota que o caso será apurado pela Corregedoria da Casa.
Por O Globo