O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta sexta-feira, 30, que “o recurso vai para o Supremo Tribunal Federal (STF)” caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) forme maioria para torná-lo inelegível por oito anos.
A Corte retoma, ao meio-dia desta sexta, o julgamento de uma ação do Partido Democrático Trabalhista (PDT) que acusa Bolsonaro de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação após uma reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada, em julho do ano passado. O placar está em 3 a 1 pela inelegibilidade.
Em entrevista à rádio Itatiaia, o ex-presidente afirmou que vai conversar com seus advogados: “E o recurso, prezado jornalista, irá para o Supremo Tribunal Federal.”
Falando sobre as possibilidades aventadas para as eleições de 2026, Bolsonaro disse que, “no momento”, é a opção da direita.
“Tem muita gente boa, mas acho que não tem o lastro ainda, não é conhecido nacionalmente para disputar a eleição presidencial”, acrescentou sem citar nomes específicos.
Bolsonaro disse que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) “tem falado” que não quer disputar um cargo no Executivo nas próximas eleições, mas “talvez no Legislativo”.
Análise: Julgamento de Bolsonaro no TSE será retomado na sexta-feira (30) | WW
“Você pode ver que um prefeito, na ponta, pode ter dificuldade para tratar com nove vereadores. Imagina uma pessoa sem experiência tratar com 594 parlamentares?”, afirmou o ex-presidente.
Mauro Cid e o 8 de janeiro
Questionado sobre seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid, preso desde 3 de maio no Quartel-General do Exército, Bolsonaro disse que o celular de Cid era “o muro das lamentações” e que “grande parte” não chegava a ele.
A Polícia Federal (PF) encontrou no celular do ex-ajudante de ordens conversas sobre um golpe de Estado no Brasil após as eleições do ano passado.
“O telefone do Cid é o muro das lamentações. É uma caixa postal. Tudo que acontecia comigo no Brasil, ligavam para o Cid. Tenho certeza que grande parte do que chegou no telefone do Cid, ele nunca abriu. É tanta coisa que chegava. Alguns lamentavam, xingavam, ‘tem que fazer isso, fazer aquilo’. Nem chegava isso pra mim em grande parte. Ele respondia com um emoji, um positivo, um tamo junto”, disse o ex-presidente, acrescentando que se Cid estivesse conspirando ele teria se livrado do celular.
Bolsonaro também foi perguntado sobre os trabalhos da CPMI do 8 de janeiro e a possibilidade de comparecer caso seja convidado a depor: “Convoca ou não convoca. Faz a coisa certa. Agora, se vão convocar, eu não sei.”
Por CNN Brasil
Foto: Evaristo Sa/AFP