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Com baixa cobertura vacinal, SP e RS prorrogam campanha de imunização contra a pólio

Nesta sexta-feira (30), com o fim da campanha nacional de imunização contra a poliomielite, alguns estados já anunciaram que vão continuar a mobilização para aumentar a cobertura vacinal, que está no menor patamar da década. É o caso de São Paulo e do Rio Grande do Sul. 

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo anunciou que seguirá com a campanha multivacinação até 31 de outubro. 

“Contra a poliomielite, foi imunizado 1,1 milhão de crianças, o que representa 49,2% do público-alvo dessa faixa etária. A vacinação contra essa doença é fundamental para evitar o risco de reintrodução do vírus, do qual não se tem registro de caso no estado há mais de 30 anos. A vacina é indicada para todas as crianças de 2 meses a menores de 1 ano”, diz a pasta em nota. 

O governo paulista também tem como objetivo atualizar a caderneta de vacinação de crianças e adolescentes contra outras doenças, mas informa que apenas 25,8% do público-alvo havia procurado as unidades de saúde até ontem. 

Estão disponíveis imunizantes contra a tuberculose (BCG), hepatites A e B, poliomielite e rotavírus, a pentavalente — contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e doenças invasivas causadas pelo hemófilo b — e também doses contra caxumba, febre amarela, sarampo, rubéola, varicela e HPV.

“Na população de 5 a 14 anos, compareceram aos postos de vacinação 707 mil pessoas da faixa etária, o que representa 11,3% do público-alvo. Desses, 60,5% foram encaminhados para receber alguma vacina do calendário. A melhor cobertura fica por conta das crianças com menos de 1 ano, que atingiu 91% de comparecimento, o que representa 502 mil pessoas. Dessas, 77,8% receberam algum tipo de imunizante para atualizar a caderneta de vacinação”, acrescenta a secretaria. 

Já no Rio Grande do Sul, a campanha multivacinação de crianças e adolescentes foi prorrogada até 22 de outubro.

“O Rio Grande do Sul atingiu, até o momento, 60,48% de cobertura vacinal do público estimado a receber a dose da vacina contra a poliomielite, o que representa cerca de 335 mil crianças entre 1 e 4 anos. A meta da campanha é atingir 95% do público, calculado em 554 mil crianças nessa faixa etária”, diz a Secretaria da Saúde gaúcha.

O estado também está oferecendo as seguintes vacinas para crianças e adolescentes (de acordo com o que estipula o calendário vacinal): hepatites A e B, pentavalente (DTP/Hib/Hep B), pneumocócica 10 valente, VIP (vacina inativada poliomielite), VRH (vacina rotavírus humano), meningocócica C (conjugada), VOP (vacina oral poliomielite), febre amarela, tríplice viral (sarampo, rubéola, caxumba), tetraviral (sarampo, rubéola, caxumba, varicela), DTP (tríplice bacteriana), varicela e HPV quadrivalente (papilomavírus humano).

Procurado, o Ministério da Saúde confirmou que a campanha nacional acaba hoje, mas que “estados e municípios podem dar continuidade à mobilização de acordo com as necessidades e demandas locais”.

“Vale reforçar que todas as vacinas do Calendário Nacional de Vacinação, incluindo a da pólio, estão disponíveis durante o ano inteiro nos postos de vacinação de todo o país”, diz a pasta. 

A campanha chegou a ser prorrogada pelo Ministério da Saúde por causa da baixa adesão.

As doses estão disponíveis em mais de 40 mil salas de vacinação. A meta da pasta era imunizar 95% do público-alvo, formado por 11.572.563 crianças menores de 5 anos.

De acordo com dados do vacinômetro do ministério, até o momento 54,21% do público-alvo havia sido imunizado. O índice representa 6.273.472 doses contra a pólio distribuídas durante a campanha na faixa etária estabelecida.

Em todas as idades, a cobertura vacinal não atingiu mais de 60%. A faixa etária que mais vacinou foi a de 1 ano, que alcançou 57,23% do público-alvo.

Até o momento, os números mostram que os estados com a pior taxa de vacinação contra a doença são Acre, Rondônia e Roraima, sendo a do último a mais baixa, com 23,17%.

Vale ressaltar que um município localizado no interior de Roraima, atualmente, investiga um caso suspeito de poliomielite em uma adolescente de 14 anos.

Em nota, a Secretaria de Saúde informou que a jovem “se encontra com boa evolução do quadro clínico, apresentando recuperação da força muscular, já movimentando os quatro membros, em fisioterapia. Ela permanece internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento, sendo acompanhada pelo serviço de neurologia da unidade”.

Em contrapartida, as regiões que mais imunizaram as crianças contra o vírus da pólio foram Paraíba (86,82%), Amapá (82,55%) e Alagoas (74,65%).

Por R7, Agência Brasil

Foto: CLOVIS NETO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO