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Garis suspendem greve por causa da chuva, que persiste nesta sexta; volume que caiu em Guaratiba quase bate recorde histórico

Diante da forte chuva que cai no Rio desde a noite de quinta-feira (31), o sindicato que representa os garis do Município do Rio determinou uma suspensão temporária da greve da categoria. O movimento entraria no quinto dia nesta sexta-feira (1º).

O presidente da entidade, Manoel Meireles, comunicou por áudio à categoria que a greve na Comlurb está suspensa até a zero hora de segunda (4). Na tarde de quinta, em uma assembleia, a classe rejeitou uma nova proposta patronal e tinha decidido manter a paralisação — ora suspensa.

E a previsão é de mais chuva nesta sexta. Segundo a Climatempo, há risco de pancadas moderadas ao longo do dia, que permanecerá encoberto. “Mas não se espera mais uma chuva tão volumosa como a observada na noite da quinta-feira”, afirmou o instituto.

O sábado ainda será com predomínio de céu nublado e chuva frequente e moderada.

Muita chuva em Guaratiba

O bairro onde mais choveu foi Guaratiba. As estações pluviométricas do Sistema Alerta Rio da região registraram, da 1h de quinta à 1h de sexta, 254,4 mm — o que a Climatempo considerou “um acumulado extremo para um período de 24 horas”.

“Este valor se aproxima do volume que ocorreu em Jacarepaguá, entre 8 e 9 de abril de 2019, quando a cidade vivenciou um dos mais catastróficos episódios de chuva, desde o início das medições do Alerta Rio, em 1997. Naquela ocasião, choveu 289,6 mm em Jacarepaguá”, lembrou a Climatempo.

Ainda segundo a Climatempo, o acumulado em Guaratiba nesta madrugada supera a média histórica no Rio para o mês de março, que é de 138,4 mm, e a média para abril, que é de 105,44 mm.

Susto no Recreio

Ali perto, na comunidade do Terreirão, no Recreio, um carro foi parar num valão.

Moradores contaram que o leito transbordou e que o motorista não soube distinguir o que era rua e que era canal. Uma das rodas passou da borda, e o veículo afundou. Ninguém se feriu.

Carro mergulha em valão por causa da chuva no Terreirão — Foto: Reprodução/TV Globo
Carro mergulha em valão por causa da chuva no Terreirão — Foto: Reprodução/TV Globo

A tempestade de quinta levou o município a entrar em Estágio de Alerta às 23h15. Ruas alagaram em vários bairros, e a Defesa Civil informou que sirenes foram acionadas em áreas de risco da cidade.

O estágio de alerta é o quarto nível em uma escala de cinco e significa que uma ou mais ocorrências graves impactam a cidade, ou há incidência simultânea de diversos problemas de médio e alto impacto em diferentes regiões.

À 1h30, o Rio retornou ao terceiro nível da escala, o Estágio de Atenção, e às 6h15, ao segundo, o de Mobilização.

Ruas alagadas

Moradores da Zona Norte relataram que vias no Rio Comprido e na Praça da Bandeira, por exemplo, alagaram. No Jardim Botânico, Gávea e Copacabana, na Zona Sul, a chuva transformou as ruas em rios e deixou pessoas ilhadas.

A comerciante Maria Aparecida Marcelino, que mora no Rio Comprido, gravou as imagens acima da Rua Barão de Petrópolis.

“Isso aqui é um absurdo. Ninguém olha por isso aqui. Toda vez que chove, nós temos esse problema. Dessa vez, não vou nem dizer que foi agravado pela Comlurb (greve dos garis). Sim, o povo também porque não tem educação. Joga lixo na rua sabendo que não tem coleta”, afirmou.

“O Rio Comprido fica isolado quando chove. Ninguém olha pela gente. É um absurdo isso. Tudo a gente tem que reclamar… Eu, pelo menos, sou pagadora dos meus impostos”, complementou a comerciante.

Ações preventivas

  • Não se desloque pelas regiões mais afetadas pela chuva;
  • Evite áreas sujeitas a alagamentos e/ou deslizamentos;
  • Não force a passagem de veículos em áreas aparentemente alagadas;
  • Em casos de ventos fortes e/ou chuvas com descargas elétricas, evite ficar próximo a árvores ou em áreas descampadas;
  • Em pontos de alagamento, evite contato direto com postes ou equipamentos que possam estar energizados;
  • Evite o contato com a água de alagamentos. A água pode estar contaminada e oferecer riscos à saúde;
  • Verifique se há sinais de rachaduras em sua residência. Ao perceber trincas ou abalo na estrutura, acione a Defesa Civil pelo número 199 e evite ficar em casa;
  • Moradores de áreas de risco precisam ficar atentos aos alertas sonoros. O acionamento das sirenes indica perigo de deslizamento. As pessoas devem se deslocar para os pontos de apoio estabelecidos pela Defesa Civil Municipal. Os locais são informados pelo número 199;
  • Fique atento às informações divulgadas pelos veículos de comunicação e nas redes sociais do COR;
  • Se necessário, use os telefones de emergência 193 (Corpo de Bombeiros) e 199 (Defesa Civil)

Por G1