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Maioria dos baianos deu aval à PEC da imunidade parlamentar; veja lista de votos

A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira (25), por 304 votos a 154, a admissibilidade da Proposta de Emenda Constitucional que restringe as possibilidades de prisão em flagrante de parlamentares.

Na prática, os deputados não analisaram o mérito (conteúdo) do texto, somente os aspectos formais. Ou seja, se a redação está de acordo com a técnica legislativa e não fere princípios jurídicos ou constitucionais. Com isso, o projeto segue tramitando.

Dos 32 deputados baianos que votaram na sessão, 22 foram favoráveis à admissibilidade da PEC, enquanto 11 se posicionaram de forma contrária (veja o voto de cada um ao fim do texto).

A proposta, que é uma reação à prisão do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), pode ser votada em plenário já nesta quinta (25). Como o texto altera a Constituição, precisa ser votado em dois turnos e dos votos de pelo menos 308 dos 513 deputados. Depois, a matéria passará por apreciação do Senado.

O fato de a PEC ter sido incluída no plenário da Câmara horas após ter sido protocolada, sem passar por nenhuma comissão antes, gerou críticas de alguns partidos, como PSOL e Novo.

ENTENDA A PEC
Construído por ordem do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o texto restringe a prisão em flagrante de parlamentar somente se relacionada a crimes inafiançáveis listados na Constituição, como racismo e crimes hediondos.

A PEC também prevê que o parlamentar preso ficará em custódia nas dependências da própria Câmara ou do Senado até que o plenário se pronuncie. Se o plenário decidir manter a prisão, o parlamentar preso será submetido a uma audiência de custódia pelo juízo competente. O texto diz que o juiz deverá relaxar a prisão, concedendo liberdade provisória. Ele só poderá mantê-lo preso se houver manifestação do Ministério Público pedindo a conversão para prisão preventiva ou a adoção de medidas cautelares.

De acordo com a proposta, só será permitida a aplicação de medidas cautelares contra deputados e senadores, como o uso de tornozeleira eletrônica, após decisão da maioria do plenário do Supremo. A análise de materiais apreendidos em operações policiais no Congresso, ou nas residências de parlamentares, também terá que ser feita pelo plenário do STF.

Por causa das mudanças, que beneficiam deputados e senadores, o projeto tem sido apelidado, ironicamente, de “PEC da Impunidade”.

Veja abaixo o voto dos deputados baianos:

Abílio Santana (PL-BA) – Sim
Adolfo Viana (PSDB-BA) – Sim
Afonso Florence (PT-BA) – Não
Alex Santana (PDT-BA) – Sim
Alice Portugal (PCdoB-BA) – Sim
Antonio Brito (PSD-BA) – Sim
Arthur O. Maia (DEM-BA) – Sim
Bacelar (PODE-BA) – Não
Cacá Leão (PP-BA) – Sim
Charles Fernandes (PSD-BA) – Sim
Claudio Cajado (PP-BA) – Sim
Elmar Nascimento (DEM-BA) – Sim
Félix Mendonça Jr (PDT-BA) – Sim
João Carlos Bacelar (PL-BA) – Sim
Jorge Solla (PT-BA) Não
José Rocha (PL-BA) – Sim
Lídice da Mata (PSB-BA) – Não
Marcelo Nilo (PSB-BA) – Não
Márcio Marinho (REPUBLICANOS-BA) – Sim
Mário Negromonte Jr (PP-BA) – Sim
Otto Alencar Filho (PSD-BA) – Sim
Pastor Sargento Isidório (AVANTE-BA) – Sim
Paulo Magalhães (PSD-BA) – Sim
Professora Dayane (PSL-BA) – Não
Raimundo Costa (PL-BA) – Sim
Ronaldo Carletto (PP-BA) – Sim
Sérgio Brito (PSD-BA) – Sim
Tito (AVANTE-BA) – Não
Uldurico Junior (PROS-BA) – Não
Valmir Assunção (PT-BA) – Não
Waldenor Pereira (PT-BA) – Nâo
Zé Neto (PT-BA) – Não

*** Os deputados Daniel Almeida (PCdoB-BA), Paulo Azi (DEM-BA), Leur Lomanto Jr. (DEM-BA), Joseildo Ramos (PT-BA), José Nunes (PSD-BA) e Igor Kannário (DEM-BA) não tiveram votos registrados. Atual ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos-BA) está licenciado do mandato e não participou da votação.