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PF abre investigação após sistema do CNJ registrar mandado de prisão fake contra Moraes

A Polícia Federal (PF) abriu uma investigação para apurar se os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sofreram uma invasão, após a emissão de um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), assinado pelo próprio magistrado.

Procurado pelo Estadão, o CNJ informou que o mandado fake foi registrado no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (BNMP) por um usuário regularmente cadastrado no sistema, o que levanta a suspeita de ataque hacker.

“O caso já se encontra sob investigação oficial das autoridades responsáveis. Cautelarmente, e como medida de segurança, haverá restrição de acessos à plataforma, embora esteja preservada a integridade das demais informações que foram, regularmente, produzidas dentro do sistema”, disse o CNJ ao jornal.

“Expeça-se o competente mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes. Publique-se, intime-se e faz o L”, diz trecho do mandado falso registrado no sistema do Conselho Nacional de Justiça que recebe os mandados expedidos por juízes de todo país.

Na decisão constam ainda várias ironias à atuação do ministro do STF. “Sem me explicar, porque sou como um deus do Olimpo, defiro a petição inicial, tanto em razão da minha vontade como pela vontade extraordinária de ver o Lula continuar na presidência”, diz em outra parte o documento fraudulento, que cita ainda “inquéritos de censura e perseguição política” e pede a condenação de Alexandre de Moraes por litigância de má-fé, mesmo motivo que o levou a aplicar a multa de R$ 22,9 milhões ao PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, após contestar a segurança das urnas eletrônicas sem apresentar provas de fraude.

Por Bahia.Ba

Foto: Abdias Pinheiro/Secom TSE