No último sábado, 18, representantes das principais entidades afro de Feira de Santana se reuniram para traçar o plano de atividades para o ano de 2025. O encontro, liderado pelo Coletivo de Entidades Afro de Feira de Santana (CENAFS), contou com a participação de blocos afro, afoxés, escolas de samba e grupos de capoeira. O objetivo foi alinhar calendários e fortalecer a organização das instituições, que enfrentam desafios para se manterem ativas ao longo do ano.
O coordenador geral da Moviafro e idealizador do coletivo, Val Conceição, destacou que essas entidades vivem um momento único, marcado pela reestruturação administrativa e pela busca de uma gestão mais profissional. “Estamos falando de instituições que, em muitos casos, têm mais de 70 anos de história, mas que apenas agora estão conseguindo atuar como verdadeiras empresas”, pontuou. Ele também ressaltou a falta de apoio como um dos principais desafios enfrentados.
Um dos temas centrais da reunião foi a Micareta de Feira de Santana, considerada uma vitrine para o trabalho social desenvolvido por essas entidades. A representante do Afoxé Filhos de Ogum, Wemilly Lima, do bairro Rua Nova, afirmou que a atuação das entidades vai muito além dos desfiles. “Estamos vivendo uma nova era. Não se trata apenas da Micareta, mas de atividades que impactam diretamente as comunidades durante todo o ano”, disse.
Os desfiles na Micareta foram descritos como momentos de visibilidade, onde as conquistas e desafios das instituições são apresentados à sociedade. Gilson Moreira, idealizador do coletivo e presidente da Tambores Urbanos, explicou que os eventos buscam sensibilizar o público sobre as dores e as vitórias das comunidades afro. “É também uma forma de dizer: estamos aqui, estamos vivos”, afirmou.
A reunião também serviu para alinhar expectativas em relação ao poder público. Segundo Val Conceição, já está agendada uma audiência com o secretário de Cultura do município para apresentar oficialmente o coletivo e seus projetos. A expectativa é de que o diálogo resulte em maior apoio e reconhecimento das atividades realizadas pelas entidades.
As ações para 2025 incluem projetos que vão desde oficinas culturais a iniciativas de educação e conscientização nas comunidades onde as instituições atuam. A mensagem central do encontro foi clara: as entidades afro de Feira de Santana continuam resistindo e transformando vidas, mesmo diante de obstáculos.
O coletivo também aguarda audiência que já está pré-agendada com o secretário de cultura do município, para apresentação formal do grupo e dos projetos elaborados.